O autor do atentado terrorista na capital norueguesa Oslo e do massacre na ilha de Utoya, Anders Behring Breivik, disse à polícia que tinha considerado outros alvos para os seus ataques de 22 de Julho, nos quais morreram 77 pessoas.
Interrogado por mais de dez horas na sexta-feira, Anders Breivik, que tem estado a colaborar com as investigações da polícia, terá dito que o edifício que alberga os serviços do Governo norueguês, no centro de Oslo, e o campo de férias do Partido Trabalhista da ilha de Utoya não eram os seus únicos alvos.
Geir Lippestad, o advogado de Breivik, confirmou que o seu cliente tinha “diversos projectos de diferente escala” que planeara executar na fatídica sexta-feira dia 22. “Os acontecimentos acabaram por se desenrolar de forma diferente do seu plano”, disse, escusando-se a falar em detalhe.
“Posso dizer que ele tinha planos para atingir outros alvos, mas naquele dia só conseguiu completar dois dos seus ataques”, declarou o procurador da polícia Paal-Fredrik Hjort Krab aos jornalistas.
Mas aquele responsável não confirmou uma notícia do tablóide "Verdens Gang", que apontava o palácio real e a sede do Partido Trabalhista como os outros alvos de Breivik, o primeiro por causa do seu valor simbólico e o segundo por causa do seu ódio pelo partido do Governo.
“Ele indicou de forma genérica quais seriam os seus outros pontos de interesse, que parecem ser escolhas lógicas para um terrorista”, disse o procurador.
Segundo a BBC, a polícia tem estado a investigar outros locais mencionados por Anders Breivik no seu manifesto de 1500 páginas, publicado na internet antes dos ataques.
Von Trier lamenta preferência
O realizador Lars Von Trier, cujo filme “Dogville” aparece citado na página de Facebook de Anders Breivik como uma das suas referências cinematográficas, lamentou que a sua película pudesse ter servido de inspiração para o terrorista noruguês – e considerou que se tal aconteceu foi porque Breivik “não percebeu nada”.
No filme, a protagonista, interpretada por Nicole Kidman, leva a cabo um massacre, matando o pai e todo o seu gang de criminosos para se vingar do tratamento a que tinha sido sujeita numa pequena aldeia.
O cineasta disse estar estar “triste” pela associação do seu filme aos atentados da Noruega e atirou responsabilidades para os partidos de extrema-direita, como por exemplo o Partido do Povo Dinamarquês, a terceira força política do seu país e aliado do Governo.
“É verdade que a última cena de "Dogville" tem várias semelhanças com o que aconteceu na ilha de Utoya. Fico doente só de pensar que "Dogville", que para mim é o melhor filme que já fiz, lhe possa ter servido de guião”, disse Von Trier ao jornal dinamarquês "Politiken".
No entanto, a explicação mais plausível para o realizador é que a “tradição de medo do Irão” e de “racismo” da Dinamarca se tenha estendido aos restantes países nórdicos e “instalado na consciência de Breivink, dando-lhe a justificação de que precisava para cometer os seus crimes”.
Fonte: http://www.publico.pt/
Nenhum comentário:
Postar um comentário